LEMBRANÇAS E SAUDADES

Amigos,

eu estava organizando meu tempo, tentando fazer alguns ajustes nos meus horários, pois quero muito ir ao Salão do Automóvel, coisa que faço desde minha infância com meu pai e meus tios e primos, virou uma espécie de passeio de família entende, e neste momento, comecei a lembrar de umas outras coisas que nada tem com carros, mas, nem imagino o motivo, chegaram a minha mente.

Comecei a sentir saudades de um tempo que já passou e jamais voltará novamente, e olha que não sou um velhão para começar a lembrar do passado e achar que tudo era muito melhor, mas, saudades não busca como elemento formador a idade, para sentí-la basta estar vivo.

Senti saudades de um tempo onde em Moema haviam casas, muitas casas...................rs, quase todas de muros bem baixos, onde inclusive, a molecada, e eu era um deles..........rs, sentava neles, jogando bola na frente de casa, saudades do Brooklin e o seu famoso campinho de futebol perto do córrego, coisa que nossos pais achavam horrendo tanto pelo local quanto pelo perigo de irmos até lá de bicicleta...........rs, saudades de umas lojinhas de doces no Campo Belo, onde se encontrava coisas que nem sei explicar direito do que eram feitas, saudades do perigo da Av. Santo Amaro..............rs, imagina o perigo de 35 atrás...........rs, para pobres crianças de 11, 12, 13 anos, saudades dos terrenos vazios, coisa louca isso né, haviam terrenos vazios nesta região, saudades da antiga Santa Mônica, uma lojinha comprida e bem estreita, vendendo coisas de cavalo e cachorro, hoje mudou tudo, está high tec, lavam cachorros a seco............rs, saudades da padaria Gertudres, que não sei por qual motivo, todas mães mandavam seus filhos comprarem pães no meio da tarde..........rs, claro que na volta todos os pães  vinham beliscados, saudades de tocar campainha e sair correndo.........rs, imagina que isso era arte das mais graves que os moleques bem  moleques faziam antigamente...........................rs(eu também..........rs, claro), me lembro inclusive de algumas árvores que eram tão grandes, enormes, gigantes, e todos faziam campeonato para ver quem conseguia subir nelas, quase todas já desapareceram, acho que uma sobreviventes esta na rua Graraiúva, ainda está lá por ter sido esquecida,  quase caindo de fungos, do antigo formato da Hípica, dos passeios malucos até o alto da Boa Vista, coisa que quem fazia era severamente castigado.............rs

Onde está tudo isso?????????

Claro, dentro de minha mente, do meu coração, mas no lugar destas minhas lembranças, surgiram prédios, condomínios, grandes construções, como uma pessoa que de tantas cirurgias plásticas, fica mais parecendo com um monstro.

Eu também tinha muitos parentes no Ipiranga, aliás, diga-se de passagem, nasci no Ipiranga, no Hospital Leão XIII, era um Hospital muito legal para a época, e me lembro da casa dos meus tios, das ruas do bairro, do estilo diferente de umas e do tamanho exagerado de outras próximas ao museu, tudo diferente, tudo transformado.........rs

Mas, como diz uma amiga minha a catraca girou e a fila andou..................rs, temos que viver felizes e satisfeitos com o que temos e com o que podemos hoje, e é isso que faço, mas jamais, e perceba que disse "jamais", irei deixar de lembrar dos passeios, dos lugares, das coisas, das pessoas, que quer saber uma coisa, só quem viveu sabe que, nada que possa existir hoje em dia de moderno e desenvolvido, irá se comparar com a beleza, qualidade e conteúdo, do que vivía-se nos tempos dourados que passaram, e quem sabe, um dia, alquém, em algum lugar deste mundo, tenha a possibilidade de viver algo parecido.

Feliz domingo para todos.

Aproveitem para lembrar de alguma coisa que passou, sem chorar, sem sofrer, apenas com alegria de saber que isto que vocês possam lembrar, vocês viveram.

Um grande abraço.

Do amigo,

Fábio Luís Stoer