Queridos Amigos Blogueiros,
eu queria dividir com todos, a alegria de uma comemoração que alcança toda a Comunidade Judaica, e ocorre agora, no dia 15 e 16 de Março de 2014.
Dia onde o sortilégio promovido por Hamã, foi transformado em alegria verdadeira, a libertação do que seria uma tragédia para um momento de vida.
Espero que todos tenham a oportunidade de transformar todas as dores em alegrias e prosperidade.
Enfim, sejam todos muito felizes não apenas neste momento mas, em todos os outros de suas vidas.
Em Purim celebramos a
milagrosa salvação dos judeus da Pérsia, que lá foram exilados após a
destruição do Primeiro Templo.
O nome da festa advém da
palavra persa "pur", que significa "sorte".
A Meguilat Esther o livro que
relata com detalhes a história de Purim explica: "Por isso, àqueles dias
chamam Purim (sortes)" por causa da sorte que Haman havia lançado,
determinando o dia em que os judeus seriam aniquilados".
Nossos sábios explicam que existem motivos
profundos para Purim ocorrer no mês de Adar.
O Talmud assim declara:
"Quando [o mês de] Adar se inicia, nós aumentamos a nossa alegria".
A razão disso é que o povo
judeu se torna mais espiritualmente fortalecido e protegido durante esse mês.
A fonte da força judaica
nessa época do ano é baseada em uma conexão mística entre a Torá e o mês de
Adar, cujo signo é peixes.
Os livros místicos revelam
que assim como o mar alimenta e protege os peixes, a Torá alimenta e protege o
povo judeu.
Na Meguilat Esther, estão relatados, segundo o
testemunho dos personagens centrais, Mordechai e Esther, os eventos ocorridos
no Império Persa por volta do ano 450 aEC.
A leitura pública deste
relato é um dos mandamentos mais importantes da festa.
Na própria Meguilá estão
mencionados alguns dos preceitos que devem ser observados nesta data, sendo que
outros foram instituídos pelo próprio Mordechai, segundo afirmam nossos sábios.
"Esses dias serão lembrados e comemorados
em todas as gerações, em todas as famílias, em todas as províncias, em todas as
cidades ..." (Esther 9:28 ).
Segundo o Midrash, Purim
nunca deixará de existir e ninguém está isento de sua observância - homens,
mulheres e crianças.
Mesmo que todos as festas
sejam anuladas, Purim nunca o será.
E os acontecimentos serão
lembrados pela leitura da Meguilá e celebrados com festas, oferta de alimentos,
alegrias e presentes.
Em Purim agradecemos a D'us "pelos
milagres, pela salvação, pelas maravilhas que obrou conosco...".
Por isto, durante as rezas da
Amidá (Shmone Esre) e do Bircat Hamazon (bênção após uma refeição em que se
comeu pão), adiciona-se o trecho "Al Hanisim".
No dia 14 de Adar, por ser um
dia de muita alegria, é proibido jejuar e não se deve realizar trabalho
desnecessário, nem é ocasião para lamentações e luto.
As celebrações referentes a Purim se iniciam no
Shabat que antecede a festa: no sábado de manhã, a leitura da Torá na sinagoga
deve incluir a porção Zachor (Êxodo 17:8-16).
Este trecho lembra o ataque
do povo de Amalek contra Israel pouco após sua libertação do Egito.
Essa leitura está relacionada
à data festiva, pois o grande vilão de Purim, o malévolo primeiro-ministro
Haman, descendia de Amalek.
A Torá nos manda recitar essa
passagem para recordar e estar sempre atentos aos planos malignos dos inimigos
do povo de Israel."
Pois Haman, inimigo de todos
os judeus, não se satisfaria com nada menos do que a destruição física de todo
o povo judeu" (Esther 9:24).
De fato, apesar de Purim ser o dia mais alegre
do ano, sua história é sobre a reversão de um édito de genocídio contra o povo
judeu.
Conta a história: para salvar
seu povo, Esther teve que enfrentar o rei.
Por isso, ciente do grave
perigo, pede a Mordechai: "Vá e reúna todos os judeus que estão em Shushan
e jejuem durante três dias e três noites".
Jejuando e pedindo perdão por
todas suas falhas, os judeus de Shushan buscavam a Proteção Divina.
Apelaram para a Misericórdia
Divina, pois sabiam, assim como Esther, que somente com a ajuda do
Todo-Poderoso poderiam conseguir a anulação do decreto fatal.
Desde então, para lembrar
este acontecimento, os judeus jejuam no dia anterior a Purim.
O "Jejum de
Esther", Taanit Esther, é iniciado pouco antes do nascer do sol do dia 13
de Adar e acaba ao pôr-do-sol do mesmo dia.
Quando chega a noite e se inicia o dia 14 de
Adar, começa a festa de Purim. Porém, antes de quebrar-se o jejum, ouve-se a
Meguilat Esther.
Esta deve ser lida na íntegra
de um rolo de pergaminho e em voz alta, tanto à noite quanto na manhã seguinte.
A leitura deve ser realizada
na presença de um minian (um grupo de 10 homens judeus), de preferência na
sinagoga. Toda pessoa deve ficar atenta durante a leitura para ouvir cada
palavra, pois o propósito da leitura é entender o que ocorreu na época da
Rainha Esther e aprender que os eventos de Purim não pertencem ao passado.
Repetem-se, espiritualmente, em todas as gerações.
Três bênçãos são recitadas na noite de Purim,
antes da leitura da Meguilá.
E são repetidas no dia
seguinte quando a Meguilá é lida novamente.
Contudo, algumas comunidades
apenas recitam a terceira benção a oração de Sheheheyanu na noite de 14 de
Adar.
Nas congregações em que
também se recita esta oração no dia seguinte de manhã, deve-se anunciar que
esta se aplica aos outros mandamentos de Purim.
"Esses dias serão lembrados e comemorados
em todas as gerações, em todas as famílias"...
Um dos mandamentos de Purim é
o envio de presentes os mishloach manot.
Deve-se enviar pelo menos um
presente, composto de dois diferentes tipos de alimentos, a um amigo.
Os alimentos devem estar
prontos para consumo, por exemplo, biscoitos, frutas, doces, vinho ou outras
bebidas.
Esta é uma obrigação que
homens e mulheres devem cumprir no dia de Purim, não podendo ser substituída
pelo envio de dinheiro ou de qualquer outro presente que não seja um alimento.
É também aconselhável que
esses presentes sejam entregues, sempre que possível, por terceiros, pois a
palavra mishloach, que significa envio, indica que esta mitzvá deve ser
cumprida por um intermediário.
Para comemorar Purim, além de enviar presentes,
devemos também dar tsedacá a pelo menos duas pessoas carentes.
A generosidade com os mais
necessitados é particularmente importante nessa ocasião, pois nada é mais
agradável aos olhos de D'us.
Nossos sábios ensinam que não
existe maior mandamento da Torá do que ajudar os pobres e necessitados.
Pois aquele que traz alegria
aos outros é comparado ao próprio D'us, que revive o espírito dos oprimidos e
restaura seus corações" (Rambam, Hilchot Meguilá 2).
Costuma-se dar tsedacá relativa ao cumprimento
deste preceito no dia 13 de Adar, durante o jejum, e de preferência antes da
reza da tarde, Minchá.
Nessa ocasião, costuma-se dar
uma doação equivalente a três "meio shekalim" (três moedas de prata).
Uma doação que havia sido
destinada à tsedacá, em data anterior, não deve ser usada para cumprir esta
mitzvá.
Em Purim, mesmo os mais
necessitados têm a obrigação de dar tsedacá.
Esta pode ser dada em forma
de dinheiro, comida, bebida ou roupas.
A quantia mínima doada deve
ser suficiente para comprar pão para uma refeição.
O mandamento de tsedacá deve
ser cumprido de preferência durante a noite ou na manhã de 14 de Adar para que
a doação traga a quem a receber benefícios durante o próprio dia de Purim.
A comemoração de Purim por "todas as
famílias" é cumprida através de uma seudá, uma refeição festiva.
Todos são obrigados a comer,
beber e se alegrar em Purim.
O Zohar, obra fundamental da
Cabalá, afirma que em Purim, ao deleitar-se com comida e bebida, pode-se
alcançar a mesma elevação espiritual que ocorre durante o jejum de Yom Kipur.
A refeição festiva de Purim
deverá ser realizada durante o dia 14 de Adar, sendo costume incluir-se carne e
vinho.
Entre certas comunidades as
comidas favoritas de Purim incluem doces de três pontas, que representam as
orelhas de Haman.
São chamados de oznei haman,
pelos sefaraditas, e de hamantaschen, pelo ashquenazitas.
O Talmud ordena que em Purim
a pessoa beba vinho até que não consiga diferenciar entre "amaldiçoado é
Haman" e "abençoado é Mordechai".
Porém, se a saúde ou a conduta de uma pessoa
for afetada negativamente pelo consumo de bebidas alcoólicas, esta não deverá
consumir mais do que uma quantidade simbólica.
Como o objetivo central da festa de Purim é
fomentar e compartilhar a alegria, muitos judeus, em particular crianças,
fantasiam-se e participam de desfiles e concursos.
As fantasias mais populares
costumam ser as de Mordechai e da Rainha Esther.
Peças teatrais são encenadas
para recontar a milenar história.
Uma Meguilá é comparada à
Torá em seus requisitos rituais de como deve ser escrita: por um escriba e em
um pergaminho.
Mas como o Nome de D'us não é
mencionado nenhuma vez na Meguilá, durante os séculos, os artistas tiveram a
liberdade de ilustrá-la com magníficas ilustrações e iluminuras.
Podemos encontrar retratados
nas meguilot, Mordechai, Esther e até o malvado Haman.
Um grande abraço.
Do amigo.
Fábio Stoer
P.S.: Algumas imagens do Purim.
No comments:
Post a Comment